terça-feira, 3 de dezembro de 2013

0 Um sorriso negro, um abraço negro, trás felicidade...

O que houve sábado no shopping Vitória só reforça o posicionamento equivocado, autoritário, racista e opressor da polícia militar do Espírito Santo, podemos perceber através das falas do sec. de segurança que o posicionamento do governo do estado é o mesmo. A partir daí dá para entender o porque de não priorizar a efetivação de política pública  de juventude,  porque o estado não trabalha uma política de redução do extermínio de jovens.

Para o governo jovem é marginal, mas não no sentido de estar a margem da sociedade, é visto como infrator, se for negro é condenação na certa, pois o tom da pele para o estado  é como se fosse uma comprovação real, a Teoria dos fatos usada pelo STF também tem sua efetividade no Espírito Santo.

Leiam o link  abaixo:
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/12/os-corpos-negros-que-assustaram-o-shopping-vitoria.html


quinta-feira, 25 de julho de 2013

0 Para dialogar é preciso desmilitarizar

Nunca vivi algo tão constrangedor quanto na sexta-feira (19/07). Acompanhei um pouco na hora do almoço a manifestação, porém julguei que iria acabar ali. Estava almoçando em um restaurante e acompanhando as notícias pela TV. Na saída, percebi a presença de policiais motorizados abordando de forma truculenta as pessoas que estavam andando pelas ruas.

Cheguei na praça Costa Pereira. Havia policiais em todos os lugares. Parecia que estavam "caçando" algo. Presenciei a abordagem de um menino, que foi levado até o Palácio Anchieta. Resolvi acompanhar a ação policial e ao chegar na Cidade Alta, vi um advogado (Rodrigo) algemado. Neste momento, o comandante da operação resolveu dar entrevista. Eu estava simplesmente gravando, como outros colegas jornalistas. Enquanto o militar dava entrevista, manifestantes gritavam "mentira". Neste momento, policiais sem qualquer identificação, pegaram o camarada Fábio Lúcio, do PC do B, pela mochila. No calor do momento, eu e outras pessoas tentamos puxá-lo. Começou a truculência policial. Nos jogaram spray de pimenta (inclusive em uma advogada que tentava impedir os excessos da PM), caímos. Fábio me passou o tablet, que joguei na bolsa. Fui levantada pela polícia, que torceu meu braço. O companheiro do PCdoB foi algemado. Sentei ao seu lado e peguei o celular para ligar. Nesse momento recebi voz de prisão: "você tá presa, não pode ligar".

Fomos retirados do local e colocados no chão ao lado do Palácio Anchieta. O estado mostrou seu desequilíbrio. Aos que questionam, violência e opressão.
Não consegui administrar até agora o que vivemos, ficamos mais de duas horas presos sem saber porque e quando chegamos ao DPJ continuamos sem entender. Tiraram as algemas do Fábio para entrar no DPJ e já dentro da delegacia nos revistaram, sendo que Fábio ficou algemado pelo pés. Alguém perguntou se era preciso me algemar e alguém respondeu que não.
Não resistimos em momento algum, mas ficou claro uma coisa: o desrespeito maior foi com ele, por ser estudante. No meu caso, como todos gritaram que eu era jornalista, o sindicato da categoria fez questão de acompanhar todo o processo e impedir mais excessos. Fui acusada de jogar pedra, xingar e desacato, coisas que não fiz. Apenas estava documentando toda a entrevista para as redes sociais quando fui presa arbitrariamente.

No domingo, assisti pela TV o delegado dizer que fui solta por falta de prova. Porque será? Uma coisa que senti de perto no Espírito Santo é que quem tem retaguarda é respeitado, mas trabalhadores, jovens e estudantes são tratados como bandidos. A pergunta é qual a lei que proíbe pessoas de se manifestarem e jornalistas de registrarem? Pela maneira que a polícia agiu tenho certeza que tinha uma meta, a de prender ao máximo sem critérios. A PM assistiu passivamente os chamados "vândalos" quebrarem vidros do Palácio Anchieta e de alguns bancos. Teria como prendê-los, mas parece que o propósito era outro. Era de deixar quebrar, causar pavor e medo na população para diminuir as manifestações e também abonar os erros e uso excessivo da força. Prenderam trabalhadores que voltavam para casa e sequer tinham participado de manifestações, pessoas que andavam pelas ruas. Sessenta presos e nenhuma lógica legal para as detenções. Apenas a demonstração de poder do Estado, como se ainda estivéssemos em plena ditadura militar.

Quero me solidarizar a toda e todos que como eu foram presos inocentemente e dizer que a diferença de tratamento recebida por Fábio e eu foi o que mais me chocou. Contamos com a assessoria de duas advogadas do Sindicato dos Jornalistas, que impediram que fossem registrados depoimentos deliberadamente falsos dos policiais, que queriam nos enquadrar como vândalos. Agradeço ao sindicato por nos defender da injustiça.

Sexta-feira era para ser apenas um documentário em vídeo das manifestações, mas para mim virou uma bandeira contra a violência policial, que mostrou sua cara tão conhecida nas periferias e que agora atinge a todos, embora nas ocupações as balas não sejam de borracha e as mortes uma "rotina".
Pela desmilitarização da PM e contra a impunidade de um estado que age para criminalizar movimentos sociais: tamô junto!

Bárbara Hora- Jornalista
Coord. Estadual de Movimento Sociais da Juventude do PT

terça-feira, 2 de julho de 2013

0 Espontaneidade

Os movimentos que aconteceram e acontece país afora fortalecem diversas pautas defendidas há anos pelos partidos de esquerda e movimentos sociais: passe-livre, transporte público de qualidade, reforma política, agrária, tributária, fim do fator previdenciário, dentre outras. Por isso a fala equivocada de apolítico ou de anti-partido é um jogada oportunista para os personalistas de plantão que têm como meta serem os salvadores da nação.

Os estilos Joaquim Barbosa (PIG), Aécio Neves (PSDB), Renan Calheiros (PMDB), Feliciano (PSC) dentre outros que se transvestem de amigos, onde o projeto político é individual, mas que tem uma linha ideológica dentro do partido que eles estão (serão) inseridos, porém preferem esconder os posicionamentos desses partidos.

Esse movimento espontâneo, esta sendo disputado por todos os setores, haja visto que a greve geral do dia 1º foi chamada pelas empresas. Essa disputa e no mínimo interessante, pois coloca a direita na situação de defender as pautas históricas da esquerda, porém a mesma não deixa de trabalhar para tirar o foco do debate real, quando culpabiliza a Presidenta da Republica como se fosse o único agente político do país.

As ruas sempre foram palco das grandes manifestações e precisam ser ocupadas sempre. Para nós do Partido dos Trabalhadores essa ocupação é algo que leva o nosso governo a voltar a atenção e pautar um governo mais a esquerda e é isso que queremos.

Um comentário a parte que quero fazer é que o gigante não acordou, pois colocar que só agora o povo acordou é desmerecer uma categoria que nunca dormiu, como o MPA, LGBT, UNE, associação de moradores e vários outros. Quem acordou agora foi o povo que vê no governo uma possibilidade de avanço e começou a pautar isso nas ruas.


quarta-feira, 5 de junho de 2013

1 Vitimizar não é a solução

A sociedade capixaba precisa discutir e aprofundar mais o debate sobre segurança pública, pois a discussão que vejo atualmente sobre a redução da maioridade penal como estratégia para diminuir a violência é um debate equivocado.

Reduzir a maioridade penal não irá reduzir a violência, mas sim maquiará um problema real que é a ineficiência das políticas públicas de juventudes. Devemos melhorar a política de reabilitação existente, pensar numa forma real de reinserção social, trabalhar políticas de autonomia financeira para a juventude, profissionalização e várias outras pautas que incluam os jovens e criem perspectivas para essa faixa etária.

Reduzir a maioridade penal é aumentar o número de detentos sem dar oportunidade de reabilitação aos brasileiros/as de 14 anos que tem 60 anos pela frente, pois no país a perspectiva de vida é de 74 anos. Não adianta encarcerar até a fase adulta, temos é que tratar o problema desde já, para que possam ter outra oportunidade.


Tenho convicção que devemos estudar uma maneira da sanção disciplinar que restringe a liberdade com atividades socioeducativas possa mesmo funcionar para esses jovens infratores, para que tenham outra oportunidade, pois o sistema prisional é um sistema falido que apresenta vários problemas e não é a solução para diminuir a violência, pois se essa fosse a real saída, não teríamos atos criminosos feitos por adultos. 

segunda-feira, 18 de março de 2013

0 PT Sênior


O Partido dos Trabalhadores com os seus 33 anos de existência, dentre esse tempo dez anos de governo, fez mudanças consideráveis no país, mas não soube trabalhar a renovação a partir da transição geracional, o desgaste e esgotamento das lideranças que construíram esse partido. A conjuntura da criação do PT para os dias de hoje é diferente, o que muitas vezes dificulta o entendimento de parte dos companheiros sobre a configuração atual da juventude que não conseguem enxergar que a dinâmica, a organização e as necessidades, enfim a pauta política da juventude é outra, e continuam a exigir da juventude o comportamento e atuação da época de fundação do partido.

Compreender a juventude dos dias atuais, suas bandeiras, visões e formas de organização e um desafio sobre o qual devemos nos debruçar de forma urgente, quais suas principais dificuldades, qual a ferramenta usam para se comunicarem, o que entendem em ser jovem. São perguntas que teremos que responder para que consigamos fazer um diálogo real e aberto com a juventude brasileira.

 No último congresso nacional do PT foi aprovada a proposta que coloca 20% das vagas do diretório para os/as jovens, não negamos a importância desse avanço, porem sabemos que isso não garante a participação efetiva da juventude, uma vez que podemos cair na armadilha do juventudismo, nos preocupando apenas em cumprir a cota sem trabalhar a formação e qualificação dos quadros que devem assumir esse espaço. Se não debatermos seriamente a importância, da qualificação dos militantes petistas em especial de nossa juventude, estaremos comprometendo todo legado politico do partido acumulado durante esses anos e nos condenando a morte.

Para que o PT não perca o debate ideológico e preciso investir seriamente na formação e organização de seus  militantes, rompendo com a linha politica adotada pela atual maioria, que privilegia a quantidade e não a qualidade, formando um exercito de “botellas vazias” incapazes de sustentar a disputa ideológica e construir e assegurar a sustentação necessária para nossas politicas e governos.

Os militantes precisam de acumulo teórico para entenderem o nosso objetivo, saberem que rumo seguir e terem embasamento teórico para a luta, só conseguiremos fazer a verdadeira revolução quando tivermos militantes convictos ideologicamente, por isso não podemos perder de vista a necessidade dos espaços de debates, estudos e formulações.

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